sábado, 9 de abril de 2011

Medicamentos ou exercício ou dieta? Decida-se senhor Doutor!

A questão mais pertinente e problemática da Medicina preventiva. Aconselhar o utente a realizar 30 minutos de marcha diária e compreendo quando me diz que é muito difícil, mas insisto! Quantas vezes podemos ir a pé para um determinado sítio e mesmo assim vamos de carro! Quantas vezes almoçamos e ficamos sentados a ver o tempo passar! Quantas vezes ficamos pelo sofá a contemplar a televisão durante o fim de semana! Em relação à dieta... ainda mais interessante quando vemos as análises que nos trazem, e insistem em dizer que fazem todos os cuidados e é impossível fazer melhor! E eu volto a compreender, mas insisto! Quantas vezes relembro alguns cuidados alimentares e acabam por revelar alguns pecados. Como eu compreendo o difícil que é! E depois vem o tão milagroso medicamento que o vizinho toma e toca lá de insistir com o médico para o receitar! é muito mais fácil e há muitos que não remam contra a maré e toca lá de dar a pílula mágica ao utente. E assim se saltam dois passos importantes da escalada terapêutica e mais facilmente e em menos tempo se esgotam as possibilidades de tratamento. Cuidado! O exercício e os cuidados alimentares não são apenas meras conveniências e teimosias do profissional de saúde. São uma etapa importante da escalada terapêutica! O medicamento isoladamente não é a solução milagrosa, e deve ser associado a estes hábitos diários e a sua introdução deve obrigatoriamente ser precedida destas medidas. A escalada terapêutica existe, cada medida a seu tempo, tudo por um objectivo. O medicamento como recurso posterior, quando não se consegue melhor. O medicamento é uma faca de dois gumes e nem sempre é a solução naquele momento. Vamos reflectir! 

1 comentário:

  1. Tens toda a razão Philippe. Mas temos que olha para o nosso utente como um individuo e não existem 2 indivíduos iguais. É nosso papel dar toda a informação de que dispomos e que achamos importante partilhar com o nosso doente, para ajudar a melhorar a sua qualidade de vida. Saio do meu gabinete muito mais realizada, feliz até, quando sei que fiz o melhor pelo meu utente. Mesmo que tenha sido preciso "gastar" 30 minutos de consulta.. No entanto, nao vamos insistir num doente com evidente impossibilidade da marcha na questão da caminhada. Vamos insistir na alimentação, sim. Vamos insistir também em exercitar o cérebro: NEURÓBICA chamo-lhe eu. Pequenas coisas do dia a dia: mude o seu caixote do lixo de lugar, faça palavras cruzadas, leia um artigo no jornal todos os dias, etc etc etc. Também estes exercíco é importante e, tão frequentemente, esquecido. Façam SUDOKU se for preciso. É preciso é variar para que estejam sempre a exercitar o cébero, sem criar vícios de raciocínio.
    Concordo plenamente com a escalada terapêutica. O medicamento como recurso final. Mudança de estilos de vida, para estilos mais saudáveis.
    Boa reflexão.

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