terça-feira, 26 de abril de 2011

Sensibilidade e Especificidade.

Estes dois conceitos são muito importantes na escolha de um teste de avaliação diagnóstica.
Quando se opta por um determinado exame, deve-se ponderar estas características.
A sensibilidade refere-se à probabilidade de um teste dar positivo quando existe doença. A especificidade de um teste refere-se à probabilidade de este dar negativo quando não existe doença. Estas características são muito importantes. Não existe nenhum teste ideal. Quanto mais específico ou sensível é um teste, o parâmetro de sensibilidade ou especificidade do mesmo (respectivamente) é influenciado negativamente (altera-se o limiar de detecção diagnóstica). Para se detectar um maior número de patologias temos que determinar um limiar mais abrangente, contudo vamos também abranger um maior número de pessoas sem doença (redução da sensibilidade)
A título de exemplo, quando um teste tem uma especificidade muito alta (refiro o teste Elisa na pesquisa de anticorpos HIV- à excepção do período janela), quando obtemos um resultado negativo, a probabilidade de não ter doença é quase certa (99% segundo alguns autores). Contudo, este teste tem uma sensibilidade mais baixa, ou seja, existe uma probabilidade valorizável de dar positivo quando não existe doença. Este conceito é importante e deve ser reconhecido por todos que se submetem a um teste, e desta forma ponderar a realização do teste segundo uma base de consentimento informado.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Todos temos uma obsessão.

Este tema surgiu-me durante uma conversa. Dizia: "O cérebro quer sentir mais" sic. Complicado. Tudo fica mais difícil. Perde-se a concentração e o pensamento é ocupado por futilidades. O dia a dia é preenchido por estes rituais e a tensão de não os realizar sobrepõe-se a tudo.
Todos nós temos estes rituais. Mas a maioria num grau ligeiro. "Será que fechei bem o carro?" ; ""Será que mandei o e-mail?" ; "Será que tenho as chaves na mala?". Em algumas pessoas estes pensamentos persistem e a obsessão alarga-se a outros campos. Uma variante do normal, diria eu. Mas apartir do momento em que interfere com o dia-a-dia, é uma situação que necessita de treino no seu controlo. Assim tem que ser.
Todos somos obsessivos, uns mais do que outros! 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

Medicamentos ou exercício ou dieta? Decida-se senhor Doutor!

A questão mais pertinente e problemática da Medicina preventiva. Aconselhar o utente a realizar 30 minutos de marcha diária e compreendo quando me diz que é muito difícil, mas insisto! Quantas vezes podemos ir a pé para um determinado sítio e mesmo assim vamos de carro! Quantas vezes almoçamos e ficamos sentados a ver o tempo passar! Quantas vezes ficamos pelo sofá a contemplar a televisão durante o fim de semana! Em relação à dieta... ainda mais interessante quando vemos as análises que nos trazem, e insistem em dizer que fazem todos os cuidados e é impossível fazer melhor! E eu volto a compreender, mas insisto! Quantas vezes relembro alguns cuidados alimentares e acabam por revelar alguns pecados. Como eu compreendo o difícil que é! E depois vem o tão milagroso medicamento que o vizinho toma e toca lá de insistir com o médico para o receitar! é muito mais fácil e há muitos que não remam contra a maré e toca lá de dar a pílula mágica ao utente. E assim se saltam dois passos importantes da escalada terapêutica e mais facilmente e em menos tempo se esgotam as possibilidades de tratamento. Cuidado! O exercício e os cuidados alimentares não são apenas meras conveniências e teimosias do profissional de saúde. São uma etapa importante da escalada terapêutica! O medicamento isoladamente não é a solução milagrosa, e deve ser associado a estes hábitos diários e a sua introdução deve obrigatoriamente ser precedida destas medidas. A escalada terapêutica existe, cada medida a seu tempo, tudo por um objectivo. O medicamento como recurso posterior, quando não se consegue melhor. O medicamento é uma faca de dois gumes e nem sempre é a solução naquele momento. Vamos reflectir! 

domingo, 3 de abril de 2011

Sou frágil à primeira vista, mas forte no essencial.

A tulipa... a minha flor predilecta e a que tenho mais dificuldade de tratar. Necessita de muitos cuidados e climas específicos. E assim floresce em aproximadamente 1 mês (nunca menos) e tão bonita que é! Existem mais de 100 espécies.
As suas pétalas caem e fertilizam o solo e o seu caule também deixa de ter vitalidade à minima ofensa externa. Contudo, o seu bolbo mantém-se como uma protecção à sua essência e volta a crescer e florir. Nunca morre.
O significado que dou a esta flor, pode ser avaliado por vós como uma filosofia ou poesia barata, mas leiam e apreciem.
A analogia ao superfluo e essencial no que se relaciona connosco, humanos. Eu sou o que sinto... não como me queres ver. Se tudo corre bem , sinto-me bem e todos me veêm no meu melhor. Quando alguma coisa me preocupa, me magoa... murcho e protejo-me no meu Eu. Não deixo de ser o que sou, apenas está guardado, à espera de uma nova oportunidade de renascer. Nunca morro, nem depois de morrer. Em alguma altura hei-de ser relembrado e aí renasce o essencial que me faz ser o que sou. Eu sou o que sinto, vês-me como me sinto, mas a minha personalidade é o essencial.